A onda

Assistindo ao filme alemão A onda, lembrei-me de minha infância nos bancos de escola. Nessa ocasião, anos setenta, em plena ditadura militar, éramos obrigados a usar uniforme e a cantar, todo dia, o hino nacional – talvez por isso eu abomine esse hino. Se bem que não me agradam comportamentos nacionalistas, igualitários, totalitários, muito menos aqueles baseados em qualquer tipo de -ismos. Na comemoração da Independência, tínhamos de desfilar, uniformizados, marchando. Não tinha, na época, nenhuma ideia do que aquilo significava, mas não gostava de gastar meu tempo com aquilo, para mim era mais vantajoso ficar dormindo naquele dia que era feriado. Ainda penso assim.
A onda é uma aula de como ser e como não ser um bom professor. Trata-se de um professor apaixonado, que se envolve até as últimas consequências com o conteúdo a ser ensinado: isso é bom, e raríssimo. Por outro lado, mas do que aulas, o que ele faz é levar seus alunos a vivenciarem a disciplina e a adesão a uma ideologia totalitária.
O interessante é que à pergunta “É possível que o totalitarismo volte à Alemanha?” os alunos respondem categoricamente que é impossível, mas o filme mostra que isso não é verdade. O número de grupos extremistas de direita cresce em todo o mundo, só nos EUA cresceu 25%. São grupos impregnados de racismo, xenofobia, homofobia e sexismo. E é aí que está a virtude desse filme: fazer uma reflexão sobre temas como intolerância, fanatismo e massificação.
Veja o trailer.

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