Zelig


Sou fã de Woody Allen, e Zelig (1983) é um de seus filmes de que
mais gosto. Filmado em forma de documentário, tem como personagem central Leonard Zelig, o homem camaleão, capaz de assumir a aparência e o comportamento de qualquer pessoa ao seu lado.
A psicanalista Eudora Fletcher (Mia Farrow) analisa Zelig e diagnostica que ele tem múltiplas personalidades. Sua insegurança faz com que ele se mescle com os outros para não ser rejeitado. No filme, Zelig aparece em inúmeras situações e momentos da história e com personagens como Hitler, Kennedy, entre tantos outros. “Ao morrer, Morris Zelig (seu pai) diz ao filho que a vida é um pesadelo de sofrimento sem sentido. E o único conselho que lhe dá é que seja econômico.”
Zelig fala sobre a necessidade de se ajustar, de usar máscaras para ser aceito. Como é difícil manter um pensamento próprio, original, mesmo que vá completamente contra a corrente! E quem não precisou ser como Zelig em algum momento de sua vida que atire a primeira pedra – se não se transformou no outro, no mínimo baixou a cabeça e silenciou. E é o que mais se vê hoje: falta de pensamento genuíno. O fato de o sol brilhar não significa que o dia está bonito – isso depende das circunstâncias emocionais do indivíduo que o está interpretando. Ser camaleão é interessante, mas, às vezes, pode ser muito perigoso.

2 comentários:

  1. Lembrar desse filme é relembrar zeligs que passam na vida. Um dos mais criativos de Woody sem dúvida. E claro, psicanalitico.
    Quanto a falta de pensamento genuíno, acho que voce esqueceu que o mundo gira. Infelizmente hoje muito mais abafado pela mídia atual, os pensamentos não se destacam, não firmam e não fazem sucesso... bjs

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  2. Obrigada pelo comentário.
    Não, nunca esqueço a mídia e os formadores de opinião, que também não têm opinião própria.
    É importante para a dominação a confusão mental estabelecida pela enxurrada de pseudoinformações propiciadas pela mídia.

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